terça-feira, 24 de agosto de 2010

barbante

Pertencer a algum lugar
despencar de outro
aterrisar sentado
deitar e ninar
sonhar
sorrir
será?

Abrir as asas e partir
será o mesmo que sair
e dizer que não voltarei
arrumar as malas
viajarei

Ficar e permanecer
não mudar
não ousar
mas querer
tropeçar
no trilho que leva
a algum lugar

Lá e cá
mais lá
do que cá
Mais cá
querendo lá
sabendo do cá
com medo do lá

Este amanhã
que não tarda a chegar
é um dia plantado
ainda não colhido
O que será de seu fim?
será que amanhece enfim?
Fim que não é fim

é um ponto sobre ponto
um travessão do diálogo
uma continuação
uma construção

Cada um imagina a seu bom grado
e assim,
trocado por trocado,
acumulam-se os contos:
A cada conto
aumenta-se um ponto
Telefone sem fio
que nos liga
ao caminho