Enquanto eu procurava um giz
eis que me veio uma idéia:
Colorir com a ponta do nariz
um arco imenso no ar
O movimento vinha
e não queria nunca parar
balançava, balançava
fazia som com o chacolhar
Escorregava de sopetão
e voltava a levantar
batia as asas, batia as asas
querendo sempre voar
De longe, quase ao lado
era o sapateado a pronunciar
pegadas e mais pegadas
mostravam o caminho do brincar
Memórias de uma ciranda
cantigas de ninar
qual era aquela música?
escorregaram as notas a solfejar
De menina, virou moça
um charme só de se ver
Quando a música acaba
já é tarde, é hora de crescer
Ouve-se de longe o chamado
é baixinho, é presente
Vem de fora, vem de dentro
Vem de um tempo de repente
Tempo que se inventa
tempo que se recorda
tempo que representa
tempo que faz agora
Sempre aos pequenos passos