Uma cadeira de balanço movimenta-se gentilmente ao sabor da brisa que corta a varanda.
O jornal aguarda ser recolhido no batente da porta, deixando algumas folhas remexerem-se.
As cartas acumulam-se debaixo do tapete. As notícias estão ali, frescas, mas não serão lidas.
A madeira do chão está corroída, com frestas, afastadas umas das outras.
Uma abelha suga a mesa açucarada pelo suco derramado.
A poeira acumula-se no canto, formando um pequeno redemoinho de cabelos e sujeira.
O capim irregular acaricia a mureta em movimentos esparçados.
A porta entreaberta manifesta-se, batendo hora ou outra impulsionada pelo vento.
As cores perdem saturação e aproximam-se de um preto e branco acizentado.
Uma goteira na ponta do telhado, poça de água.
Um miado de dentro.
Um pio de fora.
Um ranger de baixo.
Um estrondo de cima.
Onde vivem?
Onde foram todos e por que deixaram assim abandonado o lugar?
ResponderExcluirNa casa antiga do Sr. e Sra Poeira, que é feita de fotografia no escuro, dessas granuladas, com iso alta e que não se vê ao certo se é paisagem, ou se é só silhueta mesmo.
ResponderExcluirmagnific!
ResponderExcluirNão sabia que a nossa maravilhosa professora de balé é uma artista de mão cheia em palavras.
ResponderExcluirParabéns. Muitos beijos.
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