A moça torta na janela esguia-se por espiar
Era tonta, era feia
era um bife de panela
refrito na manhã de segunda-feira
O rapaz do andar de cima ria-se por só rir
Era jovem, era alto
era um poeta do acaso
escrevia seus poemas sentado em seu vaso
O porteiro que varria o prédio esqueceu-se do remédio
Era velho, era cansado
era antigo no pedaço
fazia bodas no trabalho
A menininha chupava bala esperando o elevador
Era baixa, era irritante
era meio metro de gente
estalava a língua e cantava desafinado
Nas escadas, o encontro
Nariz torto, olhar pra baixo
contas vencidas, pingos de roupa lavada
cinzas de cigarro, livro de reclamações
Onde o síndico não tem voz
mas é chamado a todo instante
Onde as paredes escutam tudo
um trabalho desgastante
Vende-se, aluga-se,
um prato cheio de histórias,
que escorrem pelos antigos encanamentos
desembocam onde tudo sempre acaba
"desembocam onde tudo sempre acaba"
ResponderExcluirtem um livro que cria um lugar para onde vão todas as coisas. Tudo iria para lá. É a última correnteza do mar, na última ilha do mundo, onde todas as coisas dão. É bem fantástico.
rô! tempos sem te visitar!
ResponderExcluirtá tudo fabuloso aqui! Não sei se está com ares novos a muito tempo, mas tá bonito à beça.
(Poesia impecável, essa sua.)
poesia elevadora!
ResponderExcluirrô!
ResponderExcluirAmelie Poulain aos 3 anos rs
http://tvuol.uol.com.br/#view/id=contadora-de-historias-0402993666DC9133A6/mediaId=5327363/date=2010-07-01&&list/type=editor/
Divertido!! Gostei!
ResponderExcluir