quando tudo estava inerte
quando tudo parecia fundir
era tempo de mudança
de um momento pra refletir
pensar nas coisas fixas
pensar em tudo estático
são acomodações vazias
são equilíbrios plásticos
acostuma-se a idéia
em permanecer-se em si mesma
em não ser reinventada
em seguir-se de um ponto
que ponto será esse?
será que é varrido com as enchentes?
será que se recria reticente?
ou dorme de repente?
se esquece do vazio
que ansia por encher-se
procura cômodos quentes
procura um nome a pertencer
são anônimas as contagens
regressivas para o instante
que será que vem vindo?
será grande ou pequeno?
será agora o ocorrido?
será preparo da mudança?
será um risco no vazio?
será pintura em tela fina?
aquarela ou tinta guache
cera ou pastel
numa cortina de seda
ou no estofado cor de mel
entranhadas nas costuras
são lembranças misturadas
repartidas nas almofadas
afundadas no colchão
encarar diferentes épocas
preparar-se para o porvir
ter certeza e segurança
de que o que virá: será
cinesiopoesia!
ResponderExcluiro que virá: foi!
Poesia linda, você que escreve ?
ResponderExcluirBeijos
o que virá: estará!
ResponderExcluirem ser estando, ou estar sendo, o que importa mesmo é como e com quem. Ondes, quandos, por ques, ficam todos na irrealidade e na fluidez da espiral.